Líderes de vários municípios da região do Araguaia, em Mato Grosso, se mostram insatisfeitos com a falta de transparência do Governo. Pedindo para não citar nomes – temendo eventuais retaliações – acusam o Estado de “blindar” as informações relativos ao Fundo Estadual de Transportes e Habitação, o Fethab, e questionam a falta de aplicação dos recursos. “Está tudo muito estranho. O recolhimento segue, o Estado arrecada, mas nada de patrulhas, nada de recuperação de vias, nada de novas implantações, nada” – disse. As rodovias de Mato Grosso estão em absoluto caos.
Outro líder político, da mesma região, fez uma conta simples. Água Boa, Canarana e Querência, nesta safra, estão colhendo cerca de cerca de 20 milhões de sacas de soja. “É uma grande produção. Já imaginaram o valor do imposto do Fethab que vai gerar a comercialização desse montante?” – provoca. Com a saca de soja em R$ 39,00, se desconta primeiro 2,3% para o Funrural. Depois, mais R$ 0,45 centavos por saca para o Fethab.
Resultado: 20 milhões de sacas x R$ 39,00 = R$ 78.000.000,00 bruto - R$ 0,45/saca = R$ 9.000.000,00. Isso mesmo! São R$ 9 milhões que o Governo arrecada só em Fethab, em apenas uma safra, com esses três municípios. “Isso é uma verdadeira fortuna!!!” – enfatiza.
A essa conta, se agrega outros valores: o de abates de bovinos. Para cada cabeça abatida, incidem outros R$ 9,07 para o Fethab. Em Mato Grosso, estima-se o abate de 4,5 milhões de cabeças em 2.010, o que gerou R$ 40,8 milhões em Fethab. Agua Boa e Canarana, juntas, comercializaram em 2.010, pelo menos 180 mil cabeças de gado arrecadando só em Fethab, segundo o cálculo R$ 1.632.600,00. “É mais uma pequena a fortuna nas mãos do Governo” – enfatizou.
E tem mais conta. O dinheiro levantado pelo Governo apenas nos três municípios seria suficiente para se ter, por exemplo, construído o asfalto da “Rodovia do Calcário”, que liga Água Boa e Cocalinho e também a ponte sobre o Rio das Mortes, reclamada há vários anos.
Os líderes políticos do Araguaia encaminharam a discussão dentro do Movimento Mais Araguaia. “Pela forma como estão as rodovias, é certo que esse dinheiro não retornou em obras rodoviárias nem em habitação para esses três municípios. Enquanto isso, as máquinas do programa Mato Grosso 100% Equipado estão 100% paradas, e nós, sem estradas” – ele observou.
Fonte: 24horasnews