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Mais dinheiro, mais transparência e Hospital Central seriam saídas para caos na saúde pública de MT

06-01-2011 23:38

Fotos: Sandra Carvalho

Neurologista Nei Moreira, membro do MSD

 

 

Prestes a completar um ano, o Movimento Saúde e Democracia (MSD), criado em 20 de fevereiro de 2010, avalia que o Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso está mesmo na UTI. E para deixar este quadro crítico, o MSD defende mais investimentos estaduais e federais, gestão mais transparente (menos dinheiro público “indo pelo ralo”) e, consequentemente, melhor assistência à saúde do usuário. 

 

 

 

Resolver o problema crônico da saúde, na avaliação do neurologista Nei Moreira, membro da comissão executiva provisória do MSD, pode até parecer fácil resolver os problemas da saúde, mas na hora de se por em prática as medidas necessárias à correção dos vícios existentes, as soluções pretendidas tem desafiado sucessivos gestores, não só do município, mas também das esferas estadual e federal, independente de seu matiz ideológico ou partidário.

 

 

 

No SUS todos incondicionalmente e não apenas alguns, têm direito a serem beneficiados por ações de promoção, prevenção e assistência. O que se assiste de há muito, de acordo com o neurologista, é uma permanente e grave crise focada notadamente na assistência médica, em especial de média e alta complexidade. São as famosas “filas da morte” e que surgem do constante e progressivo aumento da demanda por atendimento e da insuficiente oferta de serviços pelo SUS.

 

 

 

Além disso, na avaliação de Nei Moreira, a produtividade dessas unidades é muito baixa, devido, entre outros fatores, aos salários ofertados  aos seus profissionais e que acabam sendo atraídos para trabalhar no setor privado, onde tem maiores ganhos e não tão cobrados quanto a assiduidade, pontualidade e humanização no atendimento como no SUS...

 

 

 

 

 

 

“Tentar controlar isso é mexer em vespeiro e recentemente foi causa de sérios confrontos em Cuiabá. Some-se a isso graves problemas gerenciais que fazem com que os custos da rede pública sejam habitualmente muito elevados, com o dinheiro esvaindo-se pelos conhecidos ralos de desperdício, corrupção, ineficiência e gestões politiqueiras amadoristas e pouco comprometidas com a supremacia do interesse público. Basta olhar o cenário dos Hospitais Regionais do Estado para entender o que se passa!”

 

 

 


                                                     Obra paralisada do Hospital Central em Cuiabá há décadas

 E ressalta que, para tal, Cuiabá necessita de suporte financeiro dos cofres do Estado e da União: “Afinal, o esqueleto do Hospital Central do Estado assombra a região do CPA há pelo menos 35 anos! Recentemente o governo do Estado decidiu concluí-lo, mas como prédio administrativo para o conforto da burocracia, enquanto o povo fica empilhado nos Pronto - Socorros de Cuiabá e Várzea Grande. Quando entrará em funcionamento o Hospital Metropolitano de Várzea Grande? Espera-se que não tenha o mesmo fim do Hospital Central! Onde está também o prometido Hospital da Criança, jurado de pés juntos por tantos políticos quando candidatos, mas rapidamente esquecido pelos eleitos, após os primeiros estudos sobre as despesas de seu custeio? Onde foram parar as promessas de fazer funcionar uma unidade de alta complexidade com a aquisição de hospitais particulares fechados em nossa cidade? E quando a dengue explodir, o que infelizmente parece inevitável dado a insuficiências das atividades de prevenção, vai-se improvisar novamente leitos para dengue em estruturas adaptadas às pressas?”

“Assim, é necessário construir um plano de adequação (inclusive expansão) da rede publica para evitar-se a concentração de pacientes em Cuiabá que tem o dever de além de atender sua própria demanda, servir de referencia estadual e macrorregional para os casos de alta complexidade, pois a interiorização de profissionais de muitas especialidades ainda é incipiente em nosso Estado”, frisa Nei Moreira.

 

 

 

Para o médico, o desafio é DOBRAR os recursos federais e estaduais destinados para a saúde. “Não vamos gastar bilhões em obras para a Copa do Mundo? Ou o futebol é mais importante que a saúde do nosso povo? Quanto ao ônus político de mudar os atuais paradigmas de trabalho na saúde, pode constituir-se em desgaste junto a alguns setores e corporações, mas poderá reverter o atual cenário caótico e beneficiar toda a nossa sociedade. O seu executor tornar-se-á um benfeitor do nosso povo e certamente não será esquecido por ele. Porém, haverá coragem e disposição para isso?”

 

Nei Moreira da Silva é médico neurologista, professor da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT, foi secretário estadual de Saúde de MT e secretário adjunto de Saúde de Cuiaba. Foi presidente da Associação Médica de MT e do Conselho Regional de Medicina de MT, além de diretor do Conselho Federal de Medicina.

 

 

Fonte: Aguaboanews
Conheça o MSD acessando: www.movimentosaudeedemocracia.blogspot.com

Não dispondo de rede própria, só resta ao SUS contratar serviços da rede privada, e que tem apresentado muitos resultados insatisfatórios para o Movimento Saúde e Democracia. Se de um lado, explica o neurologista, os prestadores privados reclamam da baixa remuneração paga pelo SUS, de outro os gestores públicos acusam os hospitais contratados de praticarem seleção de pacientes (os casos mais graves são de difícil aceitação pelos hospitais, pois tem maiores custos) e da prática de diversas irregularidades especialmente nas cobranças.