Rua Luis Carlos Pinheiro, bairro Quilombo. Bem em frente, a antiga “Cruz Preta”, agora pintada de branco, alguns moradores observam o trabalho de operários realizando tapa-buracos. Entre incrédulos e perplexos, assistem um desperdiçar de dinheiro do contribuinte. É que bem ao lado, uma caixa de águas servidas, responsável pelos buracos que surgiram, seguia vazando. Nenhuma providência tomada. Como essa situação, dezenas de outros pontos em Cuiabá. E o que é pior: a recuperação vem sempre acompanhada de uma qualidade insatisfatória. No lugar dos buracos, aparecem os “calombos”. E muitos “calombos”.
Fonte: 24horasnews
A grande maioria dos buracos surge devido ao crônico problema de falta de saneamento básico eficiente. Apesar de estar perto de completar 300 anos, Cuiabá padece de sistema de galerias. A água sai das caixas de esgoto, como essa no bairro Quilombo, ou simplesmente vai brotando dos terrenos baldios, como no Santa Rosa, e vai deteriorando o asfalto. Situações que perderam anos e anos e nunca foram dadas soluções definitivas – ora por relaxo ou desprezo com o dinheiro do contribuinte.
A Prefeitura Municipal de Cuiabá já investiu – se é que se pode chamar isso de investimento - milhões de reais na chamada operação “tapa buraco”. Em verdade, um paliativo que não resolve o problema. Constitui-se, na realidade, numa prova cabal da má gestão do dinheiro do contribuinte.
No ano passado, um vereador de Cuiabá tentou emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o que a operação “tapa buraco” vinha realmente fazendo, já que tem se mostrado ineficiente, não funciona, porque o dinheiro acaba “escorrendo pelo ralo”, devido à má qualidade da matéria prima utilizada pelas empresas contratadas. Contudo, o parlamentar acabou desistindo de sua proposta. Ainda não se sabe qual seria a razão.
Decepcionada com a administração municipal, a população questiona a nova operação “tapa buraco” que a Prefeitura deflagrou, com o dinheiro do contribuinte. Os moradores de bairros estão “de olho” na qualidade dos serviços e adiantam que estarão acompanhando todo o trabalho. Caso de Silvana Coimbra, 38, moradora do bairro Araés. Ela exige mais respeito do prefeito para com o contribuinte, que paga os impostos e vê o seu dinheiro “indo pelo ralo” com essa operação “tapa buraco”, com milhares de pontos que já foram “tapados e retapados” sem ter resolvido o problema.
José Moura, radicado há 20 anos no Araés, diz que nunca viu uma situação como essa. Ele critica o prefeito Chico Galindo, indagando: “será que o prefeito não acompanha essa tal operação “tapa buraco? Ou ele não está nem aí para a população?”
Os buracos estão em todos os lugares, nas ruas e avenidas centrais, com maior intensidade nos bairros. A população é unânime em afirmar que se o material utilizado nesta operação “tapa buraco” for o mesmo das anteriores não suporta a primeira chuva ou o tráfego em 160 dias.
Vale salientar que a cidade tem buracos históricos, em todos os bairros, muitos deles em avenidas asfaltadas recentemente, como a avenida das Torres, de onde vem sucessivas reclamações. Não há bairro em que não haja buraco, tanto nos chamados “nobres” (como Jardim Itália), como os periféricos.
Como já ficou provado que essa operação “tapa buraco” da Prefeitura não funciona (e isso não é privilegio da administração Chico Galindo), a solução seria o recapeamento asfáltico dos trechos críticos. Porém, com produtos de qualidade. Ou Cuiabá vai continuar com seus “históricos” buracos, antes e depois da Copa 2014.