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Projeto veta usina nuclear e depósitos radioativos em solo de Mato Grosso

31-03-2011 19:53

Mato Grosso poderá ficar livre da ameaça de abrigar uma das quatro usinas nucleares que o Governo brasileiro pretende implantar, apesar do episódio envolvendo a Usina Nuclear de Fukushima. Os projetos de construção de tais empreendimentos devem ser aprovados ainda este ano. “Não podemos permitir que Mato Grosso receba usinas nucleares” – disse nesta quinta-feira o deputado estadual Percival Muniz (PPS), ao apresentar projeto que veta a implantação de usinas dessa modalidade em solo mato-grossense.

O veto a usinas nucleares em Mato Grosso contém uma folha com enunciado e quatro artigos. A proposta  proíbe a construção e operação de centrais de fissão nuclear (energia nuclear) no Estado, mesmo que destinada à geração comercial de eletricidade e também proíbe a construção e operação de depósitos de resíduos radioativos produzidos por centrais nucleares.

O que pode em primeiro momento parecer mais uma “jogada” do performático parlamentar – que atualmente é presidente da CPI das Pequenas Centrais Hidrelétricas, as PCHs – não estaria distante de acontecer. Até porque o perigo “já morou ao lado”. Precisamente na Serra do Cachimbo, no Sul do Pará, bem pertinho da divisa com Mato Grosso. Numa zona de transição entre a Amazônia e o cerrado, militares desenvolveram secretamente experiências para construção da bomba atômica. No local, testes atômicos – baseados no enriquecimento de urânio – foram realizados de forma ultra-secreta.

O assunto foi amplamente discutido e debatido na segunda metade da década de 80 quando uma reportagem do jornal Folha de São Paulo revelou a existência de cisternas e covas na região, sendo uma delas com 320 metros de profundidade, para a realização de testes nucleares. Na época investigações do Ministério Público e do Congresso que se seguiram à denúncia, descobriu-se a existência de contas bancárias secretas que eram conhecidas dentro do Programa Nuclear Paralelo pelo nome de Delta.
O programa nuclear começou a ruir no próprio governo Sarney, quando o presidente se aproximou do presidente argentino Raúl Alfonsín e fez um acordo de paz nuclear para sepultar rivalidades. Só no governo Collor se soube que a Aeronáutica tinha até buracos na Serra do Cachimbo para fazer testes nucleares. Até esse buraco, no entanto, foi ocultado pelos militares.

Collor, ao assumir, recebeu um relatório, com tarja de ultra-secreto, capa vermelha e cinqüenta páginas. Era o mapa da bomba, mas nada falava da Serra do Cachimbo. Quando soube do campo de testes, Collor foi lá e o fechou simbolicamente com uma pá de cal.

Em 1998, o presidente Fernando Henrique Cardoso acabou com o dispendioso e paranóico sonho da bomba brasileira, ao assinar o assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, o TNP.  Além do TNP, o FHC ratificou outro acordo, endossado por apenas dezesseis países, que proíbe até testes nucleares. Um dos maiores defensores da bomba atômica, o deputado federal Enéas Carneiro, do Prona, que disputou eleições a presidente da República, já faleceu.

Na tentativa de convencer os deputados a aprovar o projeto, Percival Muniz passou fora do alcance da história. O líder socialista preferiu se atear, principalmente, aos acontecendo na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, cujas imagens de técnicos desesperados e expostos a  possível radiação tentando conter um vazamento, correram o mundo e causaram pânico. “Acidentes vão continuar a existir, é inevitável, quer seja por falha humana ou mesmo por desgaste dos equipamentos” – enfatiza, ao exortar o Legislativo de Mato Grosso a “agir com rapidez e firmeza” contra funcionamento de usinas nucleares e depósitos de resíduos radioativos no Estado.

Fonte: 24horasnews.com.br